quarta-feira, 14 de maio de 2008

Fenda Universal

dezassete degraus somados,
ambos perderam a conta em alguns tombos.
ausentes de xeque-mates alheios,
mas absorvidos na analogia de apressados batimentos.
"..só desafios" - encorralados!
não foi por arrasto. não foi grátis..

abraçados no covil de feras, covil de palhaços.
folheamos o brinde deste novo voo.
nuvens sobrepoe outras nuvens, e palhaços engasgam se na falta de piada,
e assim andam eles, à procura da próxima fenda universal..

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Adoravel Egoísmo

Imundos
Agudos bacilos
Farpados
Inaláveis alcateias

Se me pergunto
Na inversão das lacunas,
Traduzidas em:
Tarde demais.

Domicílio
Aluguer do fadista
Engrenado
Lustre míope

Ó vinda que te brinda,
Abrindo o resumir a:
Então?

Vazio
Casulo de engodo
Naufrago
Abutres inquietos

Besta! Besta! BESTA!
Em que a bela é sufocante
E o monstro invertebrado,
Suspirou ansiosamente

sábado, 1 de março de 2008

Doente Crónico

Pousa morcego, na estaca deste poeta,
Mergulho-a no sangue que me trazes,
E vou escrevendo frases amaldiçoadas,
Neste velho livro de pragas.
Num dente de dragão,
Vou esculpindo o teu coração,
Com as acidas lágrimas de almas presas num espelho de fogo.
Largo as cinzas de todos que amaram e combateram ao meu lado,
Num vento dançante,
Que percorre os campos queimados pelo medo,
Que corre no esqueleto do mundo.
Amor, sentimento cercado de espinhos envenenados,
Com a saliva da serpente que existe dentro de mim,
Procuro o antídoto em quem verdadeiramente amo.
Escondo me na escuridão do meu palácio encantado em ruínas.
Peço todos os meus desejos,
Neste lago de sangue,
Benzido pelos demónios de velhos tempos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

escolha da pessoa imperfeita

cada pessoa, escolhe a sua máscara
todo o corpo, vomita reflexos fingidos

cada pessoa, escolhe a sua perdição
são rascunhos na sombra, ofegantes e caídos

cada pessoa, escolhe a luz que a guia
de joelhos, beija a fé, amarrado na frustação

cada pessoa, escolhe um olhar desviado
cego é o toque, enterrado na prateleira

cada pessoa, encorrala se num sentido
teias por tecer, espumam fogo, inundam calor

cada pessoa, abre a boca perante a escolha
entre traços, força e paixão incógnita

cada pessoa, tem o seu tempo
a calçada fria e parada, com gritos amargos

cada pessoa, encarsera se no medo
vão e vêm, blasfémias arrastadas

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

abismo (gritos do silêncio)

tropeço num sentido abalado.
corro na chuva insegura,
amedrontada por este aroma que se afoga.
o dia enforca-se entre chamas.
as cinzas pesam nos 7 ventos,
perdidos no inconsciente,
refugiados num abraço vazio,
esfomeado,
cosido a ponto cruz na porta da vida.
noite frívola. última noite,
de danças pintadas na velha masmorra.
engole o nada caído aos pés do ridiculo.
ela esqueceu.
e eu escorreguei nos gritos do silêncio.
atirei no escuro,
mesmo sabendo que eu era o alvo.
de que importa se os pássaros continuam a voar de mãos dadas?
(risos)
palhaço!palhaço! és amigo imaginário com diálogos de merda.
deito-me no vomito da indeferença que ela oficializou.