sábado, 1 de março de 2008

Doente Crónico

Pousa morcego, na estaca deste poeta,
Mergulho-a no sangue que me trazes,
E vou escrevendo frases amaldiçoadas,
Neste velho livro de pragas.
Num dente de dragão,
Vou esculpindo o teu coração,
Com as acidas lágrimas de almas presas num espelho de fogo.
Largo as cinzas de todos que amaram e combateram ao meu lado,
Num vento dançante,
Que percorre os campos queimados pelo medo,
Que corre no esqueleto do mundo.
Amor, sentimento cercado de espinhos envenenados,
Com a saliva da serpente que existe dentro de mim,
Procuro o antídoto em quem verdadeiramente amo.
Escondo me na escuridão do meu palácio encantado em ruínas.
Peço todos os meus desejos,
Neste lago de sangue,
Benzido pelos demónios de velhos tempos.